terça-feira, fevereiro 07, 2012

Como se desenvolve a linguagem?

A conquista da linguagem é um passo fundamental no desenvolvimento de uma pessoa. Por meio das palavras e dos gestos, pode-se expressar os sentimentos, as idéias e os desejos, comunicar-se com o mundo e atuar sobre ele. Desde o nascimento, as crianças se comunicam por meio do choro, do riso, da emissão de sons ou dos gestos. Dos primeiros balbucios às primeiras frases, o pequeno passará por múltiplas etapas que o levarão a desenvolver sua capacidade de expressão oral.

0 a 2 meses
O bebê se comunica por meio de gestos não intencionais e expressões afetivas. O choro é a primeira forma que o bebê usa para alertar a mãe quando está com fome, com sono ou dor, ou quando simplesmente quer estar com ela. Mesmo que os pais se desesperem a princípio, pois acreditam que não podem interpretar qual é a verdadeira necessidade de seu filho, pouco a pouco eles aprendem a decodificar os diferentes tipos de choro.

2 a 4 meses
Quando a mamãe e o papai falam com ele, o bebê responde com o famoso “Aaaaaa!!!” Os balbucios, gritos e as primeiras vocalizações (“aaa”, “eee”), assinalam o início da etapa pré-lingüística. Os pais se entusiasmam e falam com seu filho, o bebê “responde” enquanto eles o escutam com atenção, e quando ele termina de emitir sons os adultos então continuam a falar com ele. Com este exercício, os pais ensinam seus filhos a “dialogar”.

4 meses

Esta é a etapa dos longos monólogos. O bebê se diverte muito com os sons diferentes que emite, e com a possibilidade de escutar sua própria voz. Com a repetição das vocalizações e das diferentes combinações de sons, ele auto-estimula os músculos da fala. Por isso, é importante permitir que o bebê vocalize sempre que tiver vontade.

5 a 8 meses
Amplia-se o repertório de gestos, que constituem o meio de comunicação mais efetivo do bebê do nascimento ao primeiro ano de vida. Além disso, os gestos começam a ter um caráter verdadeiramente intencional. Por exemplo, o sorriso, que antes respondia a um mecanismo reflexo para expressar um estado de bem-estar ou satisfação, agora é utilizado para fazer graça com o adulto. Os braços para o alto, além de um ser um gesto imitado, expressa o desejo de ser carregado no colo, ou indica algum objeto que pretende alcançar. Os balbucios se tornam mais intencionais e são usados para chamar a atenção. As crianças começam a pronunciar e a repetir sílabas como “da-da-da” ou “ta-ta-ta”, assim como as primeiras palavras “mamãe” e “papai”.

9 a 11 meses
O amadurecimento dos músculos da fala e da mastigação permite uma vocalização mais articulada. Ao mesmo tempo, a criança adquire a capacidade de imitar e generalizar, e é provável que nesta primeira etapa apareçam as primeiras palavras articuladas. Mesmo que os pais se emocionem por escutar seu filho pronunciar pela primeira vez “mamãe” ou “papai”, o bebê ainda não conhece o significado destes termos. Esta interpretação espontânea que os adultos fazem das palavras do bebê é que permitirá ao pequeno, depois de um tempo, associar o som “papai” com uma pessoa que, dali em diante, receberá este nome.

12 a 17 meses
A criança começa, lentamente, a emitir palavras soltas com o objetivo de nomear pessoas e objetos. Se a palavra tem mais de uma sílaba, ela dará prioridade às sílabas acentuadas. Assim, “sapato” vira “pato”. De qualquer forma, o uso de uma palavra está limitado a um objeto concreto e a um contexto determinado. Por exemplo, é provável que a criança saiba identificar ou nomear um cachorro que viu dentro de casa, mas não use a mesma palavra se o ver no jardim ou se observar qualquer outro cachorro.
Nesta etapa, o pequeno faz uso extensivo das palavras. É frequente que nomeie diversos objetos de características similares com a mesma palavra. Todo animal que tenha quatro patas pode ser “au-au”, e toda ave que veja ou escute pode ser “piu-piu”. Só em torno dos dois anos é que ele começará a agrupar as coisas por categorias.

18 a 24 meses
A partir dos 18 meses, o progresso da fala da criança, que até este momento havia sido lenta, se acelera muito. Muitos pais começam a chamar os filhos de tagarelas e a pedir que fiquem quietos.
Esta etapa coincide com a formação das primeiras frases compostas por duas palavras: um objeto e uma ação, como por exemplo, “nenê anda”; ou uma ação e um advérbio, como “quero mais”. A criança começa a repetir tudo o que ouve, mesmo que não compreenda seu significado. Este fenômeno, conhecido como “ecolalia”, não tem por finalidade aprender novas frases, e sim reunir exemplos de combinações possíveis de palavras para compreender sua estrutura e sua forma.
A criança compreende frases bastante longas antes de poder articulá-las. Para se fazer entender, ela utiliza uma palavra para definir uma situação ou para pedir algo, colocando a intenção no tom ou nos gestos. Assim, por exemplo, se quiser beber algo, ela irá sinalizar um copo, olhar sua mãe e dizer “água”. Se um brinquedo se quebrar, ela pode dizer com tristeza “pato”, e então ouvir sua mãe responder “sim, o pato está quebrado”. Assim, o pequeno irá adicionar uma nova palavra a seu repertório… provavelmente, “bado”!

2 a 3 anos
A linguagem da criança começa a se parecer com a do adulto. A cada dia, ela incorpora novas palavras ao seu vocabulário, e sua utilização é cada vez mais precisa. A média gira em torno de 300 palavras, mesmo que ele ainda não compreenda algumas por completo. O pequeno agora se expressa com frases mais complexas. Combina substantivos com verbos e adjetivos. Começa a parar de se referir a si mesmo por seu nome (Pedro, Maria), ou como “nenê”, e passa a utilizar o pronome “eu”. Mas ainda não usa artigos ou preposições. A razão fundamental é que estas palavras não são acentuadas na entonação da frase, e, para a criança, a prioridade são as sílabas acentuadas. Ela possui uma grande capacidade reconhecer as palavras-chave de uma frase e se fazer entender com elas.

Aos 3 anos, já é capaz de expressar o que pensa, deseja e sente com palavras claras. As conversas, jogos e canções com seus pais, integrantes de sua família, professores e amigos são ocasiões insubstituíveis para colocar em prática o que aprendeu e continuar enriquecendo sua linguagem.


Dicas para estimular o desenvolvimento da linguagem

- Cada criança tem seu tempo de aprendizado, e é preciso respeitá-lo. Apesar de ser importante estimular nosso filho, não é bom obrigá-lo a cumprir uma meta se ainda não estiver maduro para isso.
- Fale com ela filho com frequência (sem pressioná-la), não apenas para dar ordens, mas para perguntar e explicar coisas.
- Converse com ela enquanto realiza tarefas prazerosas, como jogar, tomar banho, passear ou ler, em um tom carinhoso e alegre.
- É importante sempre falar com a criança usando palavras com sentido, mesmo que ela ainda não as entenda, em vez de usar sons guturais que ela armazenará em seu cérebro sem uma utilidade posterior.
- Não corrija as palavras que ela expressa de forma inexata, mas repita-as corretamente. Quando ela disser “vô cocá o pato”, você deve dizer, por exemplo, “sim, você vai colocar o sapato”
- Ajude-a a completar suas frases para enriquecer sua linguagem
- Reconheça suas conquistas com um sorriso e um elogio.
- Evite qualquer comparação, pública ou privada, com seus amiguinhos.
- Escute-a com paciência e faça-a sentir que o que ela está contando é interessante. Assim, ela aprenderá que, para que uma verdadeira conversa se estabeleça, é tão importante falar como ouvir.

*fonte: http://kekobaby.wordpress.com/

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